lunes, 24 de junio de 2013

Brasil: Talitha Alves, la quilombera

Transcribimos una comunicaciòn de una chica brasileña, Talitha Alves, que fue mostrada como "ejemplo" de "violentos manifestantes" (baderneiros = quilomberos) por la cadena TV Record, la emisora de los evangélicos que busca desbancar a la competidora red Globo.

Já que a Rede Record de televisão gostou tanto desse video ao ponto de coloca-lo ao ar de 2 em 2 segundos me chamando de vandala e baderneira EM REDE NACIONAL quero, por meio desse, informa- los que:
Vandalismo é o ato de não deixar um PM (sem identificação) me encher de porrada em praça pública ? Porque se for, me orgulho disso.
Ser baderneira é questionar esse senhor sobre sua identificação na farda?
Ser vandala é não aceitar que um homem, pelo simples fato de ser homem se sinta no direito de vir me descer o cacete porque eu era uma das unicas minas que ficam na frente ?
Nunca toquei em um jat de tinta ou meti o pé em um portão, ou depredei qualquer coisa na vida..
Mas o que eu achei mais cômico desse jornaleco foi que "coincidentemente" ele ficou repetindo a seguinte coisa: "Isso é um manifestante (rapaz branco) isso é uma BADERNEIRA que afronta quem faz sua segurança( eu mulher negra) "
Agora eu os questiono: Mas pera, a cor da minha pele e o meu cabelo definem mesmo quem é manifestante - baderneiro? Vocês viram esse senhor PM me dando 3 cacetadas na altura da costela ? Vocês não filmaram a agressão porque ? Porque na minha pele NEGRA, as marcas ficaram mas é na minha alma tão negra quanto minha pele, que ficaram a marca do seu "chicote moderno"

A minha luta é que, os senhores, donos da escravatura moderna, parem de mandar seus capitães do mato modernos (PM's) atrás dos "escravos fujões" da perifa.
População negra hoje tem índice de morte de 75% de sua juventude.
A periferia NUNCA ACORDOU, porque ela NUNCA DORMIU.
O seu movimento branco, burguês, pró saída nas ruas não me representa.
Juventude periférica SOBREVIVE no gigante e somos nós que fazemos a sua economia deslanchar ..
Não me representa, uma pessoa que usa uma mascara e coloca uma voz de robô com 5 metas pautadas por gente BURGUESA em movimento "popular"
Não me representa uma ideia de impeachment (ê palavrinha difícil viu)
Não me representa a invisibilidade da população jovem negra
E para vocês da rede record de televisão, informo que VANDALISMO é o péssimo jornalismo de vocês, é a falha na notícia, é a imposição de padrões na sociedade.
Não somos terroristas, não somos vandalos nem baderneiros.
Somos população negra e periférica botando a cara e enegrecendo os movimentos, mesmo que a minha cara seja marcada POR VOCÊS como cara do perigo.

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